Em 8 de setembro de 1730, um marco na história da região central do Brasil, às margens serenas dos Rios Corumbá e Ribeirão Bagagem, floresceu o embrião da futura cidade de Corumbá de Goiás. Inicialmente um modesto pouso para bandeirantes e aventureiros em busca de riquezas minerais, o local logo revelou seu potencial, tornando-se um importante polo de mineração de ouro, atraindo olhares e ambições de diversas partes da colônia.

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   Com o ritmo inexorável do tempo, a região pulsou com o desenvolvimento. Em 1734, a inauguração da Capela de Nossa Senhora da Penha de França não apenas consolidou a fé dos primeiros habitantes, mas também se estabeleceu como o coração geográfico e social de toda a área banhada pelo Rio Corumbá. Foi dessa íntima ligação com o rio que a localidade herdou seu nome evocativo: Corumbá, um termo emprestado da rica língua tupi-guarani, que poeticamente descreve um "banco de Cascalho", testemunha silenciosa das águas que moldaram a região.

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   A notícia da descoberta de ouro e a promessa de prosperidade atraíram um mosaico humano para as margens do Corumbá. Habitantes vindos de rincões distantes, incluindo os experientes paulistas, conhecedores dos caminhos do interior, e os ambiciosos portugueses, imbuídos do espírito mercantil da época, convergiram em busca das cobiçadas pedras preciosas e outras riquezas que a terra generosamente oferecia. Entre o leito sinuoso do rio e a proteção espiritual da capela, o povoado cresceu organicamente, tecendo uma comunidade acolhedora e vibrante, onde cada novo habitante adicionava um fio à rica tapeçaria de sua história.

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   O século XIX trouxe novas transformações. Em 1840, a crescente importância da comunidade foi reconhecida com a elevação a paróquia, tendo o dedicado padre Manoel Inocêncio da Costa Campos como seu primeiro vigário, um líder espiritual que certamente deixou sua marca na formação dos valores locais. Em 1849, Corumbá ascendeu à categoria de Vila, um reconhecimento de seu desenvolvimento social e econômico. Contudo, o curso da história nem sempre é linear, e em 1863, por intrincadas razões administrativas e políticas da época, a Vila perdeu essa condição, sendo novamente anexada a Meia Ponte, a atual Pirenópolis.

 

​   A resiliência e o espírito comunitário, no entanto, prevaleceram. Em 1875, a Vila de Corumbá foi restaurada, um testemunho da luta e da persistência de seus moradores em busca de autonomia. Finalmente, em um dia memorável para a história local, 9 de julho de 1902, Corumbá de Goiás conquistou sua tão almejada autonomia político-administrativa, desvinculando-se de Pirenópolis e recebendo com júbilo o título de cidade.